sábado, 29 de janeiro de 2011

Alfred Sloan e a evolução da produção de automóveis


Nascido em 1875 e falecido em 1966, o engenheiro automotivo Alfred Pritchard Sloan Júnior presidiu a General Motors durante 23 anos (1923 a 1946) e construiu uma reputação de grande empresário e administrador.

Quando Sloan entrou na empresa, a GM estava à beira da falência, muito endividada e com a produção entrando e colapso. Ela era um emaranhado de negócios dispersos e desordenados.

Para Sloan, dois problemas críticos deveriam ser resolvidos para superar Ford e ter sucesso na produção em massa: profissionalizar a administração e modificar o produto básico oferecido pela Ford.

Para resolver o problema da administração, Sloan criou divisões descentralizadas e as transformou em centros de lucro. Cada divisão produzia um componente como baterias, caixas de direção, carburadores, etc. Estes centros eram administrados pelo quartel general que recebia, em intervalos regulares de tempo, relatórios detalhados sobre vendas, participação no mercado, estoques, lucros e perdas e orçamentos de capital.

Com isso, Sloan resolveu os problemas que dificultaram a expansão da produção em massa. Surgiram especialistas em administração financeira e marketing, dividindo ainda mais o trabalho a nível executivo.
A maneira adotada para organizar a GM tornou-se modelo para quase todas as empresas por todo o século XX. A General Motors foi dividida em unidades autônomas que ficaram sujeitas apenas ao controle financeiro e político de uma pequena equipe central.

Enquanto Henry Ford dizia que o consumidor poderia comprar qualquer carro desde que fosse um Ford preto, Sloan adotou a estratégia de um carro "para cada bolso e propósito". Sua linha ia do aristocrático Cadillac ao proletário Chevrolet. Resultado: em 1940, a GM alcançou o topo do mercado, com 47,5% das vendas, uma posição que seu concorrente não mais recuperaria.

Parte da saga de Sloan à frente da GM foi contada em seu livro Minha Vida na General Motors. De acordo com Bill Gates, a obra "provavelmente a melhor opção se você quiser ler apenas um livro sobre administração".

Administração Científica e o Modelo Japonês.

O Movimento da Administração Científica
Primeira Fase:

1895 – Frederick Winslow Taylor apresenta ‘um sistema de pagamento por peça’.

• A empresa deveria procurar descobrir quanto tempo levaria para que o homem, dando o melhor de si, completasse uma tarefa.

• A partir daí, a administração deveria estabelecer um pagamento por peça, de forma que o trabalhador se visse compelido a trabalhar o suficiente para assegurar remuneração razoável.

Segunda Fase:
1903 – Taylor apresenta o estudo “Shop Management”, que propôs:

1- O objetivo da boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos de produção;

2- Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas;

3- Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis;

4- Deveria haver uma atmosfera cordial de cooperação entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente favorável à aplicação desses princípios.

Terceira Fase:

1911 – Taylor publicou o livro “Princípios de Administração Científica”, quando reafirma as idéias anteriores e recomenda mudanças nas responsabilidades dentro da empresa.

A Administração Científica de Frederick Taylor

Taylor propôs uma série de princípios, que organizaria o trabalho de forma racional, aumentando assim a produtividade e a prosperidade dos trabalhadores e da organização. Estes princípios são os seguintes:

Análise e estudo de Tempos e Movimentos
Estudo da Fadiga Humana
Divisão do Trabalho e Especialização do Operário
Desenho de Cargos e Tarefas
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção
Conceito de “homo economicus”
Condições ambientais de trabalho
Padronização dos métodos e de máquinas
Supervisão Funcional

Principais Críticas às idéias de Taylor

Visão mecanicista.
Abordagem de sistema fechado.
Abordagem simplificada da organização formal.


Henry Ford

Princípios da Produção em Massa:

• Utilização de peças e componentes padronizados e intercambiáveis;
• Simplificação, reduzindo o número de peças dos produtos;
• Especialização do trabalhador, dividindo o produto em partes e o processo de fabricação em etapas.

A Linha de Montagem Móvel:

• O produto se desloca ao longo do percurso, enquanto que os operadores ficam parados.

Outras Inovações de Ford:

• Trabalho de 8 horas;
• Manual do proprietário para os veículos;
• Contratação de pessoas com necessidades especiais.


O Modelo Japonês de Administração

Do início do século até a metade dos anos 70, o mundo das organizações foi dominado pelos conceitos e técnicas disseminados pelas escolas americanas e européias.

A partir dos anos 70, começaram a tornar-se conhecidos os conceitos japoneses, que formaram um corpo de conhecimento composto de três elementos:
1- TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS: Compreende soluções como a organização enxuta e os círculos de controle da qualidade, criadas para tornar mais eficiente os processos produtivos. Em sua maior parte, esses elementos integram o SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO.

2- CULTURA ORGANIZACIONAL: Compreende hábitos mutáveis, como emprego vitalício, lealdade à empresa e dedicação integral ao trabalho.

3- CULTURA NACIONAL: São os valores e tradições mais permanentes que os hábitos da cultura organizacional. Aprimoraram-se ao longo de séculos e terminaram por integrar e influenciar a maneira como os japoneses praticam a administração.

Sistema Toyota de Produção:

1- PRODUÇÃO ENXUTA: Fabricar com o máximo de economia de recursos.

2- ELIMINAÇÃO DE DESPERDÍCIOS: De acordo com os manuais da Toyota, os desperdícios classificam-se em sete tipos principais:

a) Tempo perdido em conserto ou refugo.
b) Produção além do volume necessário ou antes do momento necessário.
c) Operações desnecessárias no processo de manufatura.
d) Transporte.
e) Estoque.
f) Movimento humano.
g) Espera.

Definições

Administração: é o conjunto de conhecimentos codificados, cujo foco é a obtenção de resultados. A Administração é resultado, não esforço.
A Administração é realizar ações com e através das pessoas.
Recursos: São elementos utilizados pela organização para a obtenção de resultado. São eles: pessoas, informação e conhecimento, espaço físico, tempo, dinheiro e instalações.
Objetivo: Diz respeito ao resultado que se pretende atingir através do sistema (organização).
Tomada de decisão: é o processo pelo qual são escolhidas uma ou mais alternativas, entre mais de uma, para ações a serem realizadas.



EFICIÊNCIA E EFICÁCIA

A pessoa eficiente está preocupada apenas em trabalhar, cumprir sua tarefa, resolver problemas, sem se preocupar com a exploração máxima de suas potencialidades e limitações. Faz bem as coisas.


A pessoa eficaz está preocupada em conseguir bons resultados. Preocupa-se com a exploração máxima de suas potencialidades e com suas limitações. Faz as coisas certas.


É IMPORTANTE SER EFICIENTE, MAS É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL QUE A AÇÃO DO CHEFE SEJA EFICAZ.

EFETIVIDADE

• "FAZER CERTO AS COISAS... OU FAZER AS COISAS CERTAS";

• É orientar as ações para que todos os esforços e recursos disponíveis propiciem os melhores resultados (fazer as coisas certas); é saber escolher o quê fazer.

• É desenvolver as atividades no melhor padrão de qualidade e no menor tempo possível (fazer certo as coisas); é saber como fazer.

• É o desenvolvimento do trabalho com eficácia e eficiência.

Evolução das Teorias Administrativas no século XX

Cronologia da evolução das teorias administrativas

Embora a industrialização tenha iniciado na década de 80 (séc. XIX) com os adventos das invenções mecânicas, hidráulicas e elétricas (Revolução Industrial) o estudo sistemático só ocorreu no início do séc. XX:

1911 – Princípios da Administração Científica com os estudos de Frederick W. Taylor nos Estados Unidos sobre o sistema técnico com ênfase na especialização da tarefa e controle da produção.

1916 – Gerência Administrativa do livro - Administração Industrial e Geral de Henry Fayol na França, com abordagem na departamentalização, competências administrativas e desempenho organizacional, sendo considerado o Pai da Administração Clássica que defendia que a administração deveria ser uma disciplina a ser estudada fora das escolas de engenharia.

1927 – Relações Humanas a partir dos trabalhos de R.F.Hoxié (USA, 1916), Robert Owen (Escócia, 1825) e Elton de Mayo (USA, 1924 - experiência de Hawthorne – WE Co.) onde o funcionário passa a ser visto como recurso humano e não como uma peça do sistema técnico.

1940 – Escola burocrática de Max Weber com ênfase na organização formal e burocracia racional.

1943 - Teoria da motivação e escalas de necessidades de Abrham Meslow É considerado o pai da Psicologia Transpessoal.

1945 – Behavorismo (comportamento) de Herbert Simon, Teoria da decisão que concebe a organização como um sistema de decisões.

1950 – Teoria Geral de Sistemas de Ludwig Von Bertalanfy na Áustria, abordagem sistêmica - organização como sistema aberto, visão holística.

Peter Drucker com sua obra “The Pratice of Manegement” inicia uma nova era no pensamento administrativo e gerencial que considera a administração como disciplina dada sua importância no estudo da organização. Foi considerado o Pai da administração moderna.
1960 – Teorias X e Y de Douglas McGregor, “The Human Side of Enterprise”, USA.

1970 – A partir da Teoria da Contingência, desenvolvida no final dos anos 70, a empresa e sua administração são variáveis, dependentes do que ocorre no ambiente externo. À medida em que o meio ambiente vai mudando, a empresa e sua forma de administração precisam mudar no mesmo ritmo.

1981 – Teoria Z de William Ouchi, USA, estabelece o conceito de administração participativa.

Para Idalberto Chiavenato, autor de diversas obras sobre administração, as três eras da administração do século XX são:
De 1900 a 1950 – Era Clássica, com a Teoria da Administração Científica, Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas e Teoria da Burocracia;
De 1951 a 1990 – Era Neo-Clássica, com a Teoria Estruturalista, Teorias X e Y, Teoria Z, Teoria Comportamental, Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência;
Após 1990 – Era da Informação, com ênfase na produtividade, qualidade, globalização, competitividade e clientes.

Perfil desejado para os administradores.

Perfil Desejado do Formando

O curso de Administração deve ensejar condições para que o bacharel em Administração esteja capacitado a compreender as questões científicas, técnicas, sociais e econômicas da produção e de seu gerenciamento no seu conjunto, observados os níveis graduais do processo de tomada de decisão, bem como a desenvolver o alto gerenciamento e a assimilação de novas informações, apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de situações diversas presentes ou emergentes nos vários segmentos do campo de atuação do administrador.

Competências e Habilidades

Os cursos de graduação de Administração devem formar profissionais que revelem, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:

- reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de decisão;

- desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais;

- refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção, compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento;

- desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e formulações matemáticas presentes nas relações formais e causais entre fenômenos produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais;

- ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de
aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício profissional;

- desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável.

Conteúdos Curriculares

Os cursos de graduação em Administração deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que atendam aos seguintes campos interligados de formação:

I – Conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com as Ciências Sociais, a Filosofia, a Psicologia, a Ética, a Política, o Comportamento, a Linguagem, a Comunicação e Informação;

II – Conteúdos de Formação Profissional, compreendendo Estudos da Teoria da Administração e das Organizações e suas respectivas funções, dos Fenômenos Empresariais, Gerenciais, Organizacionais, Estratégicos e Ambientais, estabelecidas suas interrelações com a realidade social, objetivando uma visão crítica da validade de suas dimensões, bem como os aspectos legais e contábeis;

III – Conteúdos de Formação Complementar, compreendendo Estudos Econômicos,
Financeiros e de Mercado, e suas interrelações com a realidade nacional e internacional, segundo uma perspectiva histórica e contextualizada de sua aplicabilidade no âmbito das organizações e na utilização de novas tecnologias;

IV – Conteúdos de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias, abrangendo Pesquisa Operacional, Teoria dos Jogos, Modelos Matemáticos e Estatísticos e aplicação de tecnologias que contribuam para a definição e utilização de estratégias e procedimentos inerentes à Administração.